O ano de 2025 consolidou o que muitos especialistas chamam de ponto de inflexão da inteligência artificial. De acordo com o HAI AI Index Report, publicado pela Stanford University, nunca houve tanta adoção, investimento e impacto social em tecnologias de IA quanto agora.
Mas, como aponta o futurista Bernard Marr, 2026 não será sobre novidade, e sim sobre maturidade. É o ano em que veremos os efeitos de longo prazo da transformação em curso, com impactos que vão do mercado de trabalho à energia global, da confiança nas instituições à forma como aprendemos.
E é justamente esse olhar estratégico que o Inteli trabalha no curso AI for Business: formar líderes que acompanham tendências, sabem como lê-las e aplicá-las, e estão preparados para antecipar o futuro.
Para aprofundar essa discussão, pedimos ao professor Mauricio Garcia, um dos especialistas do curso, que comentasse as tendências apresentadas pelo relatório e compartilhasse como o AI for Business pode ajudar executivos e profissionais a se prepararem para essa nova fase da inteligência artificial.
1. Agentes inteligentes em todo lugar
Depois da explosão das ferramentas generativas, Marr destaca que 2026 será o ano dos agentes autônomos, sistemas capazes de agir sozinhos, executar tarefas, negociar e tomar decisões com base em objetivos. Essa é a fronteira prática da IA: sair da resposta e chegar à ação.

A palavra “autônomo” talvez seja um exagero. De fato, concordo que estamos caminhando para uma explosão de agentes, mas eles são construídos com instruções específicas de seus desenvolvedores, ou seja, atuam de forma autônoma, mas a partir de scripts pré-definidos.
No AI for Business, os alunos aprendem a transformar essa visão em prática, desenvolvendo agentes de IA que unem automação, estratégia e ética, compreendendo o papel humano em cada decisão automatizada.

2. A crise do conteúdo sintético
O HAI alerta que 90% do conteúdo online poderá ser gerado por IA até 2026. Isso traz oportunidades, mas também riscos: desinformação, perda de autenticidade e sobrecarga cognitiva.

Os três riscos são muito distintos. A desinformação poderá ocorrer, mas não difere do que existe antes da IA, depende de quem está elaborando. A perda de autenticidade também depende de quem cria. Se a pessoa não souber usar a IA, de fato, o conteúdo será muito fraco. Por fim, não vejo essa questão de “sobrecarga cognitiva”. Já convivemos com isso há décadas.
A reflexão de Mauricio reforça um dos pilares do curso: usar IA com propósito e senso crítico. No Inteli, o desafio é criar profissionais capazes de produzir conhecimento de valor, e não apenas reproduzir ruído.
3. O futuro do trabalho
O trabalho humano está mudando rápido. Funções tradicionais estão sendo substituídas por papéis emergentes, como engenheiros de prompt, integradores de IA e especialistas em ética.

Algumas funções tradicionais, de fato, deixarão de existir. Mas a principal mudança será a ampliação das funções atuais. Ou seja, as pessoas conseguirão fazer mais coisas do que sem a IA.
No AI for Business, essa visão se traduz em prática: os alunos aprendem a ampliar suas capacidades profissionais, dominando a IA como ferramenta para acelerar resultados, fortalecer equipes e repensar processos.
4. IA no mundo físico
De robôs autônomos a dispositivos conectados, Marr prevê uma integração completa entre IA e o mundo material. A IA não estará apenas nas telas, mas nas fábricas, nas cidades e até nas nossas casas.
Esse movimento ecoa a visão do HAI sobre a necessidade de uma IA centrada no ser humano, que respeite contextos e gere impacto positivo.

A IA, como qualquer tecnologia, é apenas uma ferramenta. O seu impacto, positivo ou negativo, vai depender de quem a maneja. A mensagem é mais importante que o mensageiro.
Essa perspectiva está no centro da formação do Inteli: preparar líderes capazes de usar tecnologia de forma responsável, sempre conectando inovação e impacto social.
5. Regulação e confiança como diferencial competitivo
O AI Index 2025 mostra um avanço sem precedentes em políticas públicas de IA, mais de 30 países já discutem legislações baseadas no AI Act europeu. Empresas que incorporarem princípios de governança, transparência e ética desde o início estarão à frente.

Não vejo muita diferença no que já existia antes da IA. Governança, ética e transparência já eram valores importantes. São aspectos essenciais, não apenas no âmbito das empresas, mas nas pessoas de forma geral.
No AI for Business, esses princípios são tratados como habilidades de liderança, e não apenas de compliance. O módulo Governança e Regulação em IA mostra como equilibrar inovação e responsabilidade é o que diferencia líderes de curto prazo e líderes de futuro.

6. A IA invisível
Marr descreve 2026 como o início da era da IA invisível, quando ela deixa de ser novidade e passa a ser infraestrutura, tão natural quanto eletricidade ou internet.

Isso já está acontecendo. Convivemos com isso sem perceber quando a plataforma de streaming sugere filmes, quando o celular completa textos que estamos digitando ou quando o navegador escolhe o melhor caminho no trânsito. Já faz parte de nossas vidas e sua inserção será cada dia mais capilar.
No curso do Inteli, essa ideia se transforma em ação: compreender como a IA já está embutida nas operações e decisões do dia a dia é o primeiro passo para líderes que desejam inovar com consciência e controle.
7. IA para a saúde e o bem-estar
Da medicina preventiva à criação de novos fármacos, a IA já se tornou parceira cotidiana de profissionais de saúde. Essa democratização tecnológica é o que o HAI chama de human-centered impact, quando a IA melhora vidas reais.

Repito o que disse anteriormente: IA é apenas uma ferramenta, pode ser usada para o bem e para o mal. E isso é o mesmo que várias outras tecnologias. A energia nuclear pode ser usada na cura do câncer ou na confecção de bombas atômicas.
Essa visão reforça um princípio essencial do Inteli: formar profissionais capazes de alinhar tecnologia e propósito, garantindo que cada solução criada sirva às pessoas, e nunca o contrário.
8. Sustentabilidade e energia inteligente
Com o crescimento exponencial do uso de data centers, a IA enfrenta agora seu maior paradoxo: o custo ambiental da própria inovação. A previsão é que, até 2028, data centers consumam 12% da energia elétrica dos EUA.

Esse é um desafio importante. Todos que atuam nessa área esperam que haja uma melhoria na eficiência das máquinas, para consumir menos energia, bem como sejam desenvolvidas novas fontes de energia verde, tal como a fusão nuclear. O futuro da IA só fará sentido se for positivo para as pessoas e também para o planeta
O futuro da IA será, portanto, verde e eficiente, e o design desses sistemas será uma competência-chave, tema presente nas discussões de Tendências e Futuro das Organizações no AI for Business.
O papel do líder diante do futuro
Se 2025 foi o ano em que a IA se popularizou, 2026 será o ano em que a liderança digital será posta à prova. Empresas, governos e profissionais precisarão equilibrar automação com propósito, velocidade com segurança, e dados com humanidade.
Como reforça o relatório da Stanford:
“O futuro da inteligência artificial será definido não apenas pelo que as máquinas podem fazer, mas pelo que os humanos escolhem fazer com elas.”
No Inteli, essa escolha é clara: formar líderes preparados para pensar, decidir e inovar com responsabilidade.