
Aprender sempre foi uma escolha. Hoje, é uma necessidade. Em um mundo em que a tecnologia redefine a forma como trabalhamos e tomamos decisões, o aprendizado contínuo deixou de ser um diferencial e se tornou o maior ativo de qualquer líder. Neste artigo, compartilho a filosofia do lifelong learning moldou cada etapa da minha trajetória e continua guiando meu trabalho no Inteli, especialmente agora, quando a inteligência artificial exige de todos nós uma nova postura diante do conhecimento.
O fim de uma carreira pode ser o começo de outra
Minha primeira jornada profissional durou 18 anos. Dentro da Cia de Talentos, vivi dez carreiras em uma: aprendi, errei, cresci e liderei. Comecei como estagiária, cheguei a CEO e, depois, ao Conselho Consultivo. E ainda assim, com 37 anos, senti que um novo ciclo me chamava.
Foi nesse período que me deparei com The 100-Year Life, de Lynda Gratton e Andrew Scott. O livro me marcou profundamente. Ele nos lembra que viveremos mais, e que, por isso, a vida cabe em múltiplos capítulos. E se vamos viver mais, é natural que o que aprendemos aos 20 não nos sirva mais aos 40.
Às vezes, como aconteceu comigo, descobrimos que é possível contribuir em áreas que nunca imaginamos.
Transições profundas se tornarão cada vez mais comuns. A pergunta passa a ser: como você vai sustentar sua relevância ao longo de tantos anos? Para mim, a resposta sempre esteve na mesma palavra: aprender.
Lifelong learning além dos livros
Mudar de carreira não é glamouroso. É incômodo, desafiante e, muitas vezes, solitário. Quando entrei no setor de educação superior, em 2018, eu sabia pouco sobre o funcionamento desse universo. Precisava aprender rápido, com profundidade e sem hierarquias. Era escuta ativa, olhar atento e humildade radical.
Foi assim que encontrei, no meu dia a dia, pessoas generosas que me ensinaram mais do que qualquer grade curricular poderia oferecer. Maria Mesquita, Geraldo Magela, Thiago Sayão, e mais tarde, o Maurício Garcia, que virou meu porto seguro intelectual durante a transição e depois se juntou a mim na construção do Inteli.
Aprendi com todos eles que liderar também é continuar sendo aprendiz.
E que ninguém faz uma mudança dessa magnitude sozinho.
Onde há vontade, há possibilidades
Sempre acreditei que qualquer pessoa pode aprender qualquer coisa, desde que exista disposição real para isso. Conrado Schlochauer descreve essa evolução como a passagem do Homo Sapiens para o Homo Discens: seres que aprendem continuamente para fazer melhor, independentemente da área, do tempo ou da idade.
Cristina Junqueira, quando questionada sobre o que mais admira em um profissional, respondeu com precisão: estar a fim. Para mim, esse é o denominador comum de qualquer pessoa que deseja liderar o próprio destino, e hoje, também liderar bem em um mundo guiado por inteligência artificial.
Essa disposição para aprender é o que diferencia quem observa as mudanças de quem constrói as mudanças.
E o que isso tem a ver com inteligência artificial?
Tudo.
A IA está transformando a forma como tomamos decisões, colaboramos, nos comunicamos e criamos valor. E, ao contrário do que muitos imaginam, não é uma tecnologia que exige apenas habilidades técnicas, exige líderes capazes de navegar incertezas, formular boas perguntas e traduzir dados em ação.
Aprender a trabalhar com IA não é dominar um código; é desenvolver repertório para compreender seus impactos e aplicá-la com responsabilidade, estratégia e humanidade.
É por isso que costumo dizer que, se antes o aprendizado era um diferencial, hoje ele é a infraestrutura da liderança.
E aqui entra o papel do MBA em IA e Dados para Negócios do Inteli
A criação do MBA nasceu exatamente desse entendimento: liderar na era da IA não é sobre saber tudo, é sobre saber aprender continuamente.
O programa forma profissionais que:
- entendem tecnologia sem precisar ser técnicos;
- conversam com times de dados com naturalidade;
- conectam IA à estratégia e não apenas à eficiência;
- tomam decisões baseadas em evidências;
- constroem ambientes onde humanos e IA trabalham juntos;
- sabem se reinventar sempre, porque a tecnologia não vai desacelerar.
O MBA não é o fim de uma jornada. É um ponto de virada: aquele momento em que você decide ser protagonista da própria reinvenção.
Aprender é, sempre, o maior poder de um líder
Se tem algo que o Inteli me ensinou nesses últimos anos é que liderança não é sobre saber tudo, é sobre estar sempre aberto a aprender. É sobre curiosidade, coragem e humildade intelectual.
Na era da inteligência artificial, essa postura não é opcional. É determinante.
E eu sigo aqui, como eterna aprendiz. Reinventando, estudando, errando, evoluindo,e acreditando profundamente que, enquanto aprendemos, permanecemos vivos, relevantes e conectados ao que importa.
Porque o maior ativo de um líder não é o cargo, não é o histórico, não é o domínio técnico.
É a disposição incansável de seguir aprendendo.