
Você consegue imaginar iniciar sua trajetória em computação dentro de um ambiente que valoriza a criatividade, a colaboração e, sobretudo, a diversidade? Foi esse o cenário vivido pelas integrantes do Coletivo Grace Hopper, que organizaram um projeto de treinamento de dez semanas com objetivo de estimular as alunas do Inteli a conhecer a maratona de programação.
Criado no Inteli, o Coletivo Grace Hopper é uma comunidade formada por e para mulheres, dedicada a promover liderança, visibilidade e empoderamento feminino na computação.
Grace Hopper foi uma pioneira da computação e da matemática, desempenhou um papel decisivo na história da tecnologia: criou o primeiro compilador, influenciou diretamente a concepção da linguagem COBOL e transformou a forma como programamos e utilizamos computadores. Seu legado visionário inspira o coletivo que leva seu nome e que busca moldar o futuro da tecnologia com mais protagonismo feminino.
Inspirado na trajetória dessa role model histórica, o coletivo estimula que mais garotas ocupem espaços de destaque, desenvolvam confiança técnica e assumam o protagonismo na construção do ecossistema tecnológico.
O projeto combinou aulas de nivelamento com desafios semanais de programação, oferecendo às estudantes a oportunidade de desenvolver, passo a passo, as bases técnicas e cognitivas necessárias para atuar em ambientes de alto desempenho. Mais do que aprender algoritmos, elas construíram confiança, autonomia e senso de pertencimento — elementos essenciais para trajetórias sustentáveis na área de tecnologia.

Ao longo da preparação, ficou evidente o impacto transformador de iniciativas que promovem a entrada de mais meninas na computação. A presença de mulheres em espaços tradicionalmente masculinizados não apenas amplia perspectivas, mas enriquece a própria construção do conhecimento tecnológico. Diversidade, afinal, não é apenas uma pauta social: é uma força motriz de inovação.
E é justamente nesse ponto que a programação colaborativa se destaca. Apesar de carregar o nome “maratona”, a experiência vai muito além da competição. Ela incentiva o diálogo, a troca de estratégias, o apoio mútuo e a construção conjunta de soluções. Cada erro vira aprendizado; cada acerto, conquista compartilhada. Nesse ambiente seguro e motivador, as estudantes desenvolveram raciocínio lógico, autonomia, resiliência e capacidade estruturada de resolver problemas — competências fundamentais para qualquer profissional em tecnologia.
A jornada culminou na realização da mini maratona, um marco para o Inteli e para o coletivo, realizada em 1º de dezembro de 2025. Mais do que um evento técnico, foi a celebração de representatividade: meninas programando, testando hipóteses, superando desafios e ocupando um espaço que é delas por direito. Foi a demonstração concreta de que, quando instituições se comprometem com diversidade e inclusão, elas não apenas formam programadoras — formam protagonistas de um futuro mais plural, ético e inovador.
O ciclo de dez semanas se encerra, mas suas reverberações continuam.
Os desafios para as mulheres na programação ainda são muitos, mas iniciativas como esta criam um ambiente que ajuda a reduzir barreiras e a motivar mais meninas a seguirem e crescerem profissionalmente na área de tecnologia.
Apoiar este projeto representa a chance de unir minha experiência de mais de 15 anos nas maratonas de programação ao desenvolvimento de ações formativas que preparam estudantes, fortalecem a educação em computação e promovem a programação competitiva. Além disso, o projeto impulsiona um movimento essencial de ampliação da representatividade feminina na área.
Profª Crishna Irion